Centro de Estudo Sócio-Ambiental da Bacia do Rio São Francisco


 


Uma das maiores bacias hidrográficas do mundo, a Bacia do São Francisco, com 640.000 Km² de extensão e o velho Chico com 2.716 km da nascente até a foz, tem guardado em seus 504 anos de descobertas, história e mistérios, lendas, crenças e cultura de um povo que sabe da infinita importância do grande rio para o povo brasileiro, seja no sentido político, econômico ou religioso, o rio São Francisco é mais que um sentimento nacional é um fator de vida para milhões brasileiros, onde em vastas regiões da bacia a ausência do estado é compensada com os fartos recursos que o velho Chico disponibiliza para aqueles que nunca perderam a esperança e resistem bravamente buscando dias melhores.

O processo de degradação da natureza na bacia do São Francisco começou pela ocupação das populações ribeirinhas,e ainda por ocasião da descoberta do ouro e do desenvolvimento da mineração no século XVIII nos rios da bacia no estado de Minas Gerais com a exploração do ouro e de pedras preciosas. A outra fase de agressão veio com a expansão das siderúrgicas instaladas na região metropolitana de Belo Horizonte, que passaram a devastar grandes áreas de cerrado e caatinga no norte de minas, produzindo carvão para alimentar seus fornos. Com a expansão da fronteira agrícola a partir dos anos 80, com a vinda dos gaúchos, paranaenses e outros para o oeste da Bahia, também deixaram suas marcas em nome do progresso, mataram muitos rios que alimentavam a Bacia do Rio Grande, parte componente do sistema hidrográfico do São Francisco.

Praticamente esgotadas as florestas nativas e com a intensidade da fiscalização em Minas Gerais, e com o aumento da produção de aço a cada ano, as siderúrgicas mineiras têm intensificado o carvoejamento no estado da Bahia na região sudoeste, e agora em vários municípios da bacia na região oeste e já chegando ao estado do Piauí. As carvoeiras chegam se apropriando das terras, aproveitando-se do abandono do nosso povo que tem sido facilmente cooptados por ações que é de responsabilidades do poder público, estamos diante de um desastre ambiental e social.

Nesse contexto nasce o centro de estudo sócio-ambiental da bacia do São Francisco –CESAB-SF – No dia, 05(cinco) de junho de 2005 com sede na histórica cidade da Barra - BA, com 45.000 habitantes pouco mais de 12.000Km² de extensão territorial, com 220 km da margem esquerda do rio São Francisco, e com 110 km das duas margens do Rio Grande, e com uma invejável biodiversidade contendo espécies raras de animais e plantas já extintas em outras regiões do Brasil.

Temos como objetivos: Elaborar, fomentar e executar projetos de intervenção, visando reduzir as desigualdades sociais, e violência contra o cidadão, e resolução de problemas ambientais; Implementar as experiências educacionais ou em rede, voltadas para o fomento à gestão social do território, e ao desenvolvimento sustentável, aqui entendido em suas dimensões de crescimento econômico, de eqüidade social e de preservação de recursos naturais para as gerações futuras; Estimular o exercício da gestão social e da cidadania plena, tendo como princípio a melhoria da qualidade de vida de grupos sociais tradicionais excluídos – população com baixo índice de desenvolvimento humano, afro descendentes, mulheres e indígenas; Defender, preservar e conservar o meio ambiente especialmente às margens do São Francisco, Cerrado, Caatinga e toda biodiversidade; Preservar e resgatar à memória e promover a defesa dos bens e direitos de valor cultural, histórico, paisagístico, artístico e estético; Fomentar e executar pesquisas nas diversas áreas de conhecimento relacionadas aos objetivos social e ambiental.

No desenvolvimento de suas atividades, O CENTRO DE ESTUDO SOCIO-AMBIENTAL DA BACIA DO SÃO FRANCISCO - CESAB-SF observará os princípios legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência e não fará descriminação de raça, cor ou religião, adotando como referencia o estudo, a pesquisa e a mobilização das comunidades, que possibilitem a integração harmônica do homem com o meio ambiente, respeitando os valores naturais e as formas de comportamento e convivência social que assegure a tranqüilidade nas comunidades.


Barra – Bahia – Brasil, 05 de junho de 2005


Jocilon Ferreira do Nascimento
Presidente
João Eudes da Silva Santos
Vice-presidente
Hamilton da Silva Pinheiro
Diretor executivo

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